Aos deficientes, como eu...

Quase todo êrro é perdoável. Menos o de caráter...

Prá quem ainda não sabe, eu tenho "DMRI" - Degeneração Macular Relacionada a Idade.
A sigla está no meu "Dascubra - Dicionário de Abreviaturas e Siglas Comumente Usadas no Brasil" (http://www.meubrasil.inf.br/dascubra), mas veja a definição no meu outro blog: www.dascubra.blogspot.com

Trocando em miúdos: é uma tal de "drusas", ou "lipídios" que grudam na mácula e vão deixando a visão central um lixo.

Ninguém sabe o que é e como se trata ainda. Já perdi a visão da vista esquerda, apesar de ser canhoto, e a da direita tá quase indo embora... E não tem cura até agora. Estão testando a tal da célula-tronco. Que Êle ilumine os pesquisadores!

Aí vocês dirão:
- E como você escreve um blog???

Sou quase cego mas não sou inútil...

Meus amigos já sabem o pai que eu tive. Não, não era um, digamos, Joe Jackson. Ao contrário, era um cara muito legal e muito previdente, talvez, além do seu tempo. Me fez fazer um curso de datilografia com 14 anos, daqueles brabos, que fazia a gente datilografar sem ver o teclado. E eu fiz, e bem.
Além disso, meus queridos filhos me ajudam, hoje, na tarefa de correção e revisão e colaboram no que eu preciso para colocar na Internet.

Obrigado meu pai e meus filhos!

Aí vocês perguntarão:
- Como você vive?

Eu vivo sòzinho. Não quero dar trabalho prá ninguém. Meu apartamento é um kitchnette com tudo no lugar. Tanto que, meu filho gaúcho, o André, que vai fazer 15 anos em janeiro, quando vem eu digo: Não tire nada do lugar, se não eu não acho... e ele respeita e me ajuda muito.

Portanto, qualquer falha que porventura haja nos meus posts ou e-mails, creditem aos meus filhos e não a mim, tá? ... hehehe.

E hoje, eu datilografo de olhos fechados, é, sem ver o teclado, só no tato. Mas, de vez em quando, ocorrem êrros.
Mas eu estou ficando bom no tato... hehehe, na audição, no faro, na degustação e nos outros sentidos que me sobraram, se é que sobraram...

Obrigado aos inventores do teclado com marcas para os deficientes visuais e outro dispositivos que nos ajudam.

Obrigado a todos que se preocupam com os deficientes de todos os tipos.

Meu cunhado e amigo Fernando era cadeirante e eu o ajudei bastante, como ele me ajudou... como pessoa. Benção, meu amigo!

Obrigado, e pensem nas necessidades destas pessoas especiais, inclusive eu e perdoem.

E, se puderem, colaborem com as instituições que cuidam dessas pessoas. Como, por exemplo: Fundação Dorina Nowill e Laramara.

Eu agradeço por elas.