"Cousas de Família"

Esclarecendo as "cousas"...

Quando eu me apresento, não há um que não me pergunte:
- "O da Avenida?"

Alguns confundem a avenida com estradas, ruas, vilas, etc.
Por exemplo: já me chamaram de Raposo Tavares, Regis Bittencourt, Francisco Morato e outros menos famosos.
Tudo vem da velha tradição portuguesa da qual eu faço parte, com muito orgulho, apesar da falta de imaginação típica daqueles que a criaram e desses que a seguem.

Eu sou o 'oitavo' "Eusébio Mattoso" da família, o 'sexto' em linha direta.

Deixa eu explicar melhor.

Meu avô paterno, o 'quinto', chamava-se Eusébio de Queiros Mattoso, talvez o único com imaginação, e eu conto o porque mais a frente. Era filho único do 'quarto' Eusébio de Queirós Carneiro Mattoso, que era filho do 'terceiro' Eusébio de Queirós Mattoso Ribeiro, que era filho do 'segundo' Eusébio de Queirós Coutinho Mattoso Câmara que era filho do 'primeiro' Eusébio de Queirós Coutinho da Silva e Catharina Mattoso de Andrade Câmara.
Bom, meu avô, aquele com imaginação, não pôs o nome Eusébio em nenhum dos três filhos, dois com minha avô, meu tio Celso e meu pai Carlos, e um, meu tio Sylvio, com minha querida "vó torta" com quem se casou em segundas núpcias.
Mas meu bisavô, o quarto, também enviuvou e se casou de novo tendo mais 6 filhos, sendo que no primeiro da leva pôs o nome de... advinha!

"Eusébio de Queirós Mattoso"

Isto mesmo: era mania colocar o nome Eusébio no filho mais velho. Mas já havia um filho mais velho, o meu avô, com esse mesmo nome, igualzinho!
Conta a história que, quando eles cresceram, resolveram diferenciar os nomes por razões óbvias.
Então resolveram acrescentar o sobrenome da mãe, e meu avô passou a se chamar Eusébio 'Araújo' de Queirós Mattoso e meu tio-avô Eusébio 'Barbosa' de Queirós Mattoso.

Esse meu tio-avô é que é a Avenida e Ponte Eusébio Mattoso, aqui em São Paulo. Homenagem concedida a êle por ter assumido as obras da Av. Rebouças, desde a Av. Municipal (atual Dr. Arnaldo) altura do Hospital do Isolamento (atual Emílio Ribas) decidindo levá-la até o Rio Pinheiros, completando o trajeto da avenida que então não ultrapassava o local da hoje Praça Portugal.
Dessa forma, seu nome foi dado ao trecho da avenida que vai da R. Iguatemi (atual Av. Faria Lima) até o rio e também à ponte que o cruza. Êle morreu em 1940, 4 anos após a inauguração da sua avenida.

Agora juntando as pontas.

Numa justa homenagem feita por meu tio-avô José, em 1959, na inauguração de uma sala na Santa Casa de Misericórdia que tem o nome do meu bisavô, o 'quarto', êle colocou seu irmão na lista dos Eusébio's como o 'sexto' e o filho deste... (um doce prá quem adivinhar como se chamava) o 'sétimo', me deixando na 'oitava' colocação já que este último só teve filhas.

Mas para continuar a tradição, e a falta de imaginação, eu não sou o último da lista não!!!
...tem mais dois.

Meu filho mais velho é o 'nono' e meu neto, que acabou de nascer, pasmem, é o 'décimo'.

Vida longa aos "Eusébios"!